História do Palácio
"...O belo edifico do Palácio Universitário da Praia Vermelha , herdado pela Universidade do Brasil e cujo sesquicentenário foi comemorado em 2002, é um dos mais significativos emblemas do projeto civilizatório que o Império pretendeu construir .
A Universidade, no final dos anos quarenta do século vinte, sob a direção do Reitor Pedro Calmon, salvou o prédio da destruição e do abandono a que fora relegada a sede do antigo Hospício Pedro II. À sua primeira restauração , concluída em 1952, o reitor e historiador Calmon acrescentou um valioso mobiliário de época, peças decorativas e obras de arte que passaram a integrar o seu patrimônio . Transferida a sede da reitoria da UFRJ para a Cidade Universitária na Ilha do Fundão, o palácio continuou a abrigar provisoriamente algumas unidades e teve a sua parte nobre destinada ao Forum de Ciência e Cultura .
A Capela de São Pedro de Alcântara, o Salão Dourado ( Salão de Honra da Universidade do Brasil), o Salão Vermelho , o Salão Moniz de Aragão e o Salão Pedro Calmon, espaços de grande expressão simbólica, passaram a ser geridos pelo Forum estando integrados à sua programação, abrigando eventos de alta significação acadêmica e cultural ...
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. Fórum em Revista, Rio de Janeiro, Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, out.1998/jun. 2002, p.4-5.
A Origem
Em 1830, a comissão de salubridade da Sociedade de Medicina relatou a situação das cadeias e cárceres em que estavam enjaulados os loucos. Naquela época, José Clemente Pereira, português, provedor da Sta. Casa da Misericórdia, tinha a idéia da construção de um hospício, deixando-os separados dos demais doentes do hospital geral.
O Terreno
Denominava-se de Chácara do Vigário Geral – no começo do séc. XIX as terras da Praia Vermelha. Em frente, Praia da Saudade. Chamava-se Vigário Geral por ter sido do cônego Antonio Rodrigues de Miranda , teólogo.
D. Pedro falou a confraria da Sta. Casa da Misericórdia em julho de 1840 "Não sei que espírito de previdência me inspira, a Chácara do Vigário Geral há de um dia converter-se em Hospício de Alienados".
A Construção
Decreto 18 de julho de 1841 – dia da coroação de D. Pedro II, com 6 contos e 500 mil reis – podia começar os trabalhos do Hospício.
" Desejando assinalar o fausto dia de minha sagração com a criação de um estabelecimento de pública beneficência: hei por bem fundar um hospital destinado privativamente para tratamento de alienados com a denominação de Hospício de Pedro II, o qual ficará anexo ao hospital da Santa Casa da Misericórdia desta coorte, debaixo da minha imperial proteção"
Pedra fundamental 03 de setembro de 1842 – 7 de setembro, os trabalhos foram iniciados.
Os Arquitetos
Domingos Monteiro, português
José Maria Jacinto Rebelo, brasileiro (autor do pórtico Helênico)
Joaquim Candido Guillobel, português
O Custo da Obra
O dinheiro arrecadado antes e durante a construção, foi a custa de subscrição pública, auxiliado pelo Estado, por meio de loterias. Em 15 de julho de 1841, José Clemente Pereira, tinha em mãos 2.560$000 e iniciou a obra com 9.000$000 (nove mil contos de reis), que concluída totalizou 2.672.424$689
O Estilo do Edifício
Greco-romano
A Inauguração
Inaugurado solenemente por D. Pedro II, em 05 de dezembro de 1852, funcionando por 92 anos, até que em 30 de setembro de 1944, os últimos enfermos foram transferidos para os Hospitais colônia Juliano Moreira e Gustavo Riedel.
A Desativação do Hospício
Funcionou por 92 anos até sua extinção em 1944, até o início de 1948, o destino do Palácio era incerto. Abandonado e em ruínas, esteve a ponto de ser demolido, mas foi tombado pelo Patrimônio Histórico e doado a Universidade do Brasil.
A Universidade
A partir de 1948 iniciaram-se as obras de restauração do Palácio e em 24 de dezembro de 1949 estava parcialmente restaurado, quando foi inaugurado pelo Pres. Eurico Gaspar Dutra para ser a sede da reitoria da Universidade do Brasil. Naquela época funcionavam três escolas – Educação Física, Arquitetura e Farmácia. Os trabalhos de reconstrução foi de 1948 a 1952.
A Capela Imperial
São Pedro de Alcântara
As Estátuas
D. Pedro II (sem barba, única), vestido como no ato de sua sagração
José Clemente Pereira (provedor da Sta. Casa)
Caridade e Ciência
O Escultor
Ferdinand Pettrich (austríaco)
Referência
Calmon, Pedro. O Palácio da Praia Vermelha. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002. 114 p.